Por Adriano Silva 04/06/2009 – Revista Exame
Aí um dia você toma um avião para Paris, a lazer ou a trabalho, em um vôo da Air France, em que a comida e a bebida têm a obrigação de oferecer a melhor experiência gastronômica de bordo do mundo, e o avião mergulha para a morte no meio do Oceano Atlântico. Sem que você perceba, ou possa fazer qualquer coisa a respeito, sua vida acabou. Numa bola de fogo ou nos 4 000 metros de água congelante abaixo de você naquele mar sem fim. Você que tinha acabado de conseguir dormir na poltrona ou de colocar os fones de ouvido para assistir ao primeiro filme da noite ou de saborear uma segunda taça de vinho tinto com o cobertorzinho do avião sobre os joelhos. Talvez você tenha tido tempo de ter a consciência do fim, de que tudo terminava ali. Talvez você nem tenha tido a chance de se dar conta disso. Fim. Tudo que ia pela sua cabeça desaparece do mundo sem deixar vestígios. Como se jamais tivesse existido. Seus planos de trocar de emprego ou de expandir os negócios. Seu amor imenso pelos filhos e sua tremenda incapacidade de expressar esse amor. Seu medo da velhice, suas preocupações em relação à aposentadoria. Sua insegurança em relação ao seu real talento, às chances de sobrevivência de suas competências nesse mundo que troca de regras a cada seis meses. Seu receio de que sua mulher, de cuja afeição você depende mais do que imagina, um dia lhe deixe. Ou pior: que permaneça com você infeliz, tendo deixado de amá-lo. Seus sonhos de trocar de casa, sua torcida para que seu time faça uma boa temporada. Suas noites de insônia, essa sinusite que você está desenvolvendo, suas saudades do cigarro. Os planos de voltar à academia, a grande contabilidade (nem sempre com saldo positivo) dos amores e dos ódios que você angariou e destilou pela vida, as dezenas de pequenos problemas cotidianos que você tinha anotado na agenda para resolver assim que tivesse tempo. Bastou um segundo para que tudo isso fosse desligado. Para que todo esse universo pessoal que tantas vezes lhe pesou toneladas tenha se apagado. Como uma lâmpada que acaba e não volta a acender mais. Fim. Então, aproveite bem o seu dia! Extraia dele todos os bons sentimentos possíveis. Não deixe nada para depois. Diga o que tem para dizer. Demonstre. Seja você mesmo. Não guarde lixo dentro de casa. Não cultive amarguras e sofrimentos. Prefira o sorriso. Dê risada de tudo, de si mesmo. Não adie alegrias nem contentamentos nem sabores bons. Seja feliz. Hoje. Amanhã é uma ilusão e o ontem é uma lembrança.. No fundo, só existe o hoje !!
Um comentário:
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Walter, boa noite muito bom o texto do Adriano, realmente temos que aproveitar a vida enquanto pudemos, fatos assim como esse do avião da França é lamentável que hj em dia aconteça isso, vamos tocer para que os que foram estejam nos braços do pai celestial...Se saímos não sabemos se voltamos, então a única solução é torcemos para que quando saímos voltamos em paz.
Valeu amigão pela visita no meu blog, sobre os patrocinadores ajudam a patrocinar as corridas sim, mais o que não concordo é o seguinte, já quem em muitas corridas tem patrocinador de peso eu acho que as corridas as inscrições não deveriam ser tão caras....Outra coisa tentei pedir um patrocínio simples para ajudar alguns atletas que não dispõe de comprar um tênis para poder correr a algumas marcas de tênis e eles me disseram que não podiam atender o pedido pq já apoiam alguns atletas de elite, po pera lá os atletas de elite já ganham muito e tem muitas mordomias e os atletas que não dispõe de recursos, aonde ficam....Por isso a minha indignação com eles.
Bons treinos e bom final de semana,
Jorge Cerqueira
www.jmaratona.blogspot.com
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