quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Diário de uma lesão - parte 2

Com o resultado da ressonância em mãos retornei ao médico, o exame constatou o que já sabíamos pelo ultrassom, ruptura parcial de um dos músculos da panturrilha e acrescentou algo novo, um tal de nível II. O Doutor me explicou, de forma bem leiga, que, nessa região temos três músculos, um deles foi afetado, essas rupturas chegam até o nível IV, portanto não era tão grave.
Diálogo que se seguiu a isso (vou escrever porque acho que são os corredores quem mais visitam meu blog, e pode ser interessante tomarem conhecimento, afinal todos podemos nos lesionar um dia):
- Meu amigo é o que eu lhe disse, fisioterapia e descanso por três meses pelo menos.
- Doutor o que eu gostaria mesmo é de voltar a correr.
- Walter, eu sou ortopedista e vou lhe ser bem sincero, eu faço aqui o feijão com arroz, o que quero dizer é que no seu caso serão 6 semanas sem qualquer atividade física, mais 6 semanas podendo fazer alguma atividade sem impacto e ao final desses três meses nova análise para sabermos como se comportou e se liberamos atividade com impacto ou não.
Baixei a cabeça, acho que fiz uma cara de muito desapontamento e tristeza porque ele resolveu continuar:
- Vou lhe dar uma sugestão, procure um médico do esporte, porque esse profissional trata esse tipo de lesão com outra visão e mais rotineiramente, pode ser que ele venha a propor outro tratamento e até que lhe libere lentamente para atividades físicas num tempo menor, eu não farei isso (pelo que entendi ele seguirá a cartilha e ponto.). Lhe indico o Dr. xxxxx, é meu amigo, embora seja ortopedista geral, atende muitos atletas e melhor lhe atenderá pelo seu convênio médico, converse com ele, mas veja bem é apenas uma sugestão, a decisão é sua, se quiser procurar outro profissional sinta-se a vontade e se quiser continuar comigo será como lhe falei.
Saí do consultório com a cabeça a mil, o que fazer?
Ora, passado o impacto inicial da conversa essa decisão me pareceu fácil, vou procurar o Dr. xxxxx, é mais uma opinião, é o que tenho que fazer, liguei na central do convênio e marquei para 09/09 a consulta, até lá será fisioterapia e descanso.
Se vc. teve paciência de ler essa chatice até aqui, complemento dizendo que escreverei sobre minha lesão e todos os passos que der até a cura, porque, repito o que disse lá no começo, acho que pode ser útil para outro alguém, embora eu espere que jamais seja necessário aos amigos corredores que me visitam aqui, porque lesão é algo muito triste. É isso aí.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Diário de uma lesão

Hoje completo 17 dias de inatividade, na pior das hipóteses tenho 73 dias pela frente, na melhor, que é onde estou mentalizando, tenho 43 dias.
A semana que passou foi a semana da ressonância, pego o resultado na próxima sexta feira e semana que vem retorno ao médico para ver os próximos passos.
Estou ansioso, quero voltar, mas não dá. Não sinto mais nada na panturrilha, nem ao caminhar, espero que dê para voltar antes até de 60 dias, mas não vou antecipar nada, o médico é quem dirá, agora é aguardar.
Post chato.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Encerramos o ano - Eu e o Bolt

Se o Usain Bolt encerrou o ano de competições por problemas nas costas, eu também posso. Ontem a noite fiz ultrassom da panturrilha, levei hoje o resultado ao médico e foi bem ruim, pior do que eu esperava.
Cientificamente falando, copiando do resultado do US o diagnostico foi "Ruptura parcial do ventre muscular do gastrocnemio", chinês para mim. Tempo de repouso: de 60 a 90 dias, ou seja, na pior das hipóteses: Agosto/Setembro e Outubro, voltando em Novembro de leve, acabou-se o ano para mim, ano que quero esquecer, o pior nos meus 6 anos de corredor amador, aquele em que comecei com grande expectativa, e encerro agora decepcionado.
Esse ano em sequência tive: desgaste da cartilagem do joelho esquerdo, tratei, depois, ruptura parcial do tendão patelar do joelho esquerdo, demorou mas fiquei bom, esta lesão me tirou da Maratona de SP e do RJ, voltei na Meia de SBC e tive mais uma ruptura parcial, agora da panturrilha e o ano foi embora.
O médico solicitou uma ressonância magnética, para visualizar melhor a lesão, disse que quer ver o exame pelo fato de eu ser atleta (fiquei lisonjeado!! menos doutor) e necessitar de uma ótima recuperação para voltar ao esporte. Fiquei pensando, será que se eu não corresse uma pequena recuperação já estaria bom? Estranho né?
Vou usar esses três meses para repensar minha vida de corredor, acho que, na volta, vou investir mais fortemente, escolher uma boa assessoria com pessoas que se preocupem comigo e cuidem de "minha carreira", chic né?; uma academia que não seja "de bairro" com instrutores que nunca correram e que não nos levam muito a sério, mas com profissionais que entendam minha necessidade, acho que isso custará menos do que tudo que tenho suportado até agora.
Bem, agora é contar o tempo, dias após dia, "fazendo risquinhos na parede", tentar não engordar muito, porque o condicionamento acho que vai para o espaço. É isso aí.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Estaleiro - 10 dias

E lá se vão 10 dias de estaleiro, a vermelhidão da perna já se foi, continuo o tratamento com gelo, está marcado para hoje a noite um exame de ultrassom, sinto algumas dores ao subir escadas ou caminhar mais rapidamente.
Tenho recebido muito apoio dos amigos virtuais e não virtuais e isso é fundamental, obrigado a todos.
Até hoje estava ansioso por poder voltar aos treinos e correr a Maratona de Curitiba, porém lendo o que me disse o Felipe Vianna (não o conhecia, obrigado pelo comentário amigo), parece que acordei, de fato ele tem razão, é melhor aguardar e quem sabe, depois de tantas lesões, deixar Maratonas para o ano que vem.
Mudei minha forma de pensar, vou esperar, primeiro a recuperação, depois os planos para o futuro. É isso aí.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Estaleiro

Por vezes me pego pensando na vida, coisas como, porque viemos parar aqui, de onde viemos, para onde vamos depois e tal, e chego a conclusão de que, sem ser original na frase, o bom da vida é viver, e isso prá mim se resume a trabalhar e fazer o que gosta, rsrsrsrs.
Sou uma pessoa que tem fé, acredita em Deus fortemente e na ação Dele sobre nossas vidas, e mais, busco ser otimista ao máximo, porém têm momentos em que tudo isso é difícil de sustentar, têm vezes que balanço um pouco e preciso de força.
A corrida entrou em minha vida num momento de superação, entrou não, invadiu e me dominou e temos sido felizes ao longo desses quase 6 anos, mas, como casamento que se não é renovado constantemente começa a machucar, meu relacionamento com ela está machucado.
Digo tudo isso como desabafo, porque tenho enfrentado um ano difícil, muito difícil, o mais difícil dos seis em que corro, as contusões são seguidas, me castigam, me chateiam, me tiram da rua, não me deixam eu fazer o que gosto, ou seja, tiram parte da minha vida.
Àqueles que lêem meu blog, desculpem, quero aqui somente falar dos treinos e provas, de coisas boas, mas estou chateado.
Na Meia de SBC, minha cidade, me contundi mais uma vez, pressão na panturrilha ainda no km. 5, prossegui, havia um motivo forte para prosseguir, minha mãe, do alto de seus 70 anos, me aguardava no km. 16, saiu de casa, desceu até a avenida a pé, ficou lá em pé mais de uma hora, no sol, me aguardando passar, ou seja, eu não iria desistir nunca da prova, eu sabia que enquanto eu não passasse ela ficaria lá, até o fim, até o último corredor, porém isso teve um custo.
Inicialmente ficarei 2 semanas afastado dos treinos, a panturrilha inchou bem, está avermelhada, na próxima semana farei um ultrassom, se houve rompimento de fibras musculares (primeiro diagnóstico do médico) serão de 6 a 8 semanas de recuperação, caso contrário, e torço para isso, pode ficar somente nas duas ou três semanas, aparentemente há um grande risco de eu ficar fora de Curitiba, já não deu em SPaulo, já não deu no RJaneiro, é duro para mim.
Sou de guerra, corro maratonas para me fortalecer interiormente, correrei até morrer ou até quando Deus quiser que assim o seja, acho que correrei mesmo depois da morte, sei lá, saio das ruas por enquanto, num ano em que não consegui competir, não consegui ser feliz nas ruas, pode parecer dramático demais, sei que é um problema menor se olharmos o que acontece nas vidas de outras pessoas pelo mundo afora, mas estou chateado, vamos em frente.

domingo, 1 de agosto de 2010

Meia de SBC - Teste de superação

Seg - off
Ter - Academia
Qua - 10k - 58m55s - asfalto - 5m51s/km
Qui - Academia
Sex - Descanso
Sab - Descanso
Dom - 21k - 2h00m45s - asfalto - 5m43s/km
Posso dizer que em cinco anos que pratico corrida e após 16 meias maratonas disputadas tenho muito a aprender ainda, e hoje não foi diferente, correndo em casa, em um percurso que conheço detalhadamente, em minha cabeça nada poderia dar errado.
Como escrevi anteriormente me programei para correr em 1h50mins, o tempo que pretendo correr a primeira meia da Maratona de Curitiba.
O dia amanheceu excelente, muito sol, a festa estava muito bem organizada, parei o carro no estacionamento do Carrefour, que estava com as catracas liberadas, eu havia pego o kit no sábado, enfim tudo perfeito.
A largada se deu às 8:15hrs em ponto e parti, o único detalhe que me desagrada é que temos uma prova de 5k e as largadas são ao mesmo tempo, ou seja, os corredores da prova menor estão misturados a nós, e correm assim por 3k e aí, agora de cabeça fria, penso que comecei a errar a estratégia.
Saí muito forte, talvez entusiasmado com o ritmo do pessoal (muitos iriam para os 5k), mas corri bem até o km 4 quando senti uma leve dor na panturrilha esquerda, não me preocupei, nem reduzi o ritmo (segundo erro), já no km 5 a leve dor se transformou numa forte cãibra, parei pela primeira vez.
Pensei em desistir, afinal não era meu foco a prova, mas aí me vem na cabeça sempre a frase: Eu sou guerreiro, não desisto, vou em frente.
Caminhei um pouco e fui retomando o ritmo, a partir dali a dor na panturrilha foi minha eterna companheira; no km 7 a dor aumentou, parei novamente, alonguei, busquei relaxar, esperei um pouco e fui prá luta, reduzi bastante o ritmo, meu tempo alvo já estava comprometido, ajustei o relógio para 2hrs, eu tinha que chegar, a corrida se transformou, em vários momentos, quase num trote.
Prossegui concentrado na dor, mentalizando-a para suportá-la melhor e segui em frente, para quem não conhece, o percurso é duríssimo, muita subida, avenidas com trechos muito longos, exige muito preparo físico e psicológico.
No km 10 novamente dor forte, parei, caminhei um pouco e retomei a corrida para não mais parar, decidido que estava a cumprir meu plano B e assim foi, concluí a Meia em 2h00m45s, média de 5m43s/km, com muito sofrimento.
Agora, escrevendo esse post estou meditando sobre meus erros, tentando descobri-los, corrigi-los, acho que na academia tenho levantado muito peso, o trabalho com as panturrilhas está muito forçado, a partir dessa semana vou mudar, farei pouco peso e mais repetições; acho que relaxei na suplementação, tenho usado somente gel de carboidrato, abandonei a maltodextrina e os aminoácidos, vou retomar; na alimentação me despreocupei, ganhei algum peso, pouco, mas suficiente para atrapalhar o desempenho, continuei tomando cerveja, quero parar, vou procurar uma nutricionista; nos treinos me acomodei um pouco, não fiz treinos abaixo de 5m30s/km, não forcei, é verdade que venho tratando do joelho há uns bons meses, e aí está a boa notícia, ele não doeou, não reclamou.
Enfim, quanto mais leio e escrevo, mais aprendo e mais descubro que pouco sei.
Vou para minha quinta maratona, mas não sou um maratonista, porque um maratonista o é durante todo o ano, quando está treinando e correndo e quando não está; quero ser maratonista e também quero ser ultra, então preciso viver como tal, os erros cometidos e que culminaram com o sofrimento de hoje, me fazem refletir e assim, definitivamente, mudar meu estilo de vida.
Estou com muita dor, andando com dificuldade, estou tratando, descansando, amanhã também é descanso, mas a partir de terça inicio os treinos específicos para Curitiba. É isso aí.